Prático Fábio Mello Fontes é presidente da Praticagem de SP
Divulgação/Praticagem de SP
Prático Fábio Mello Fontes é presidente da Praticagem de SP


Um dos práticos atuando há mais tempo nos portos do Brasil, Fábio Mello Santos, caiu no mar ao tentar subir em um navio no Porto de Santos. Aos 84 anos, Fábio é o atual presidente da Praticagem de São Paulo e está em sua sétima gestão à frente do órgão. O incidente aconteceu na madrugada de domingo (21) e foi relatado por ele nas redes sociais.

"Desequilibrei na escada de quebra-peito e escapou a mão direita, lá fui eu pro mar. Era uma hora da madrugada. O colete inflou num milésimo de segundo e me vi no escuro e o navio, passando por mim. Cheguei a ficar muito perto do hélice, mas este já deveria estar parado. É a regra: prático n’água, para máquina", explica Fontes logo no início da postagem.

Ainda de acordo com o relato do prático, foram momentos de tensão. "Nessa situação de náufrago o sujeito fica meio sem forças por alguns instantes". Fábio foi resgatado pelo marinheiro que pilotava a lancha da Praticagem. " Fiquei no mar uns oito minutos (...), e meu resgate foi meio tenso. Com holofotes me mantiveram no visual e se aproximaram devagar. A água não estava muito fria. Segurei firme e ele me levou aos poucos para a popa da lancha. A plataforma de resgate arriada. Como havia muito balanço e caturro, foi difícil conseguir subir. (...) Ele desceu na plataforma e ajudou a me puxar para cima dela", relembrou.

Fontes era o segundo prático na manobra do navio, estava acompanhado do amigo Molina, já que, por padrão mundial, navios com mais de 300m ou mais de 48m de boca, tem que ter dois profissionais - cada um com suas tarefas. Apesar do susto, assim que foi resgatado Fábio fez questão de retomar o trabalho. "Embarquei e me apresentei na Ponte de Comando gelado e completamente molhado e fiz o meu papel. Era o mínimo que me cabia. Cair no mar é contingência da profissão".

"Foi duro permanecer encharcado e frio, por mais duas horas. Achei que fiz o certo pois dever é dever. O molhado foi só um detalhe", completa o prático.

Após chegar em casa, ao tentar dormir, Fontes sentiu as dores do incidente. "Um pouco de dor na mão direita e no joelho esquerdo. No rosto, uma leve escoriação na maçã no lado direito. Na hora do fato, zero dor. Adrenalina é uma realidade", finaliza.

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